terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os quatro pilares da educação

Texto 05

Essas quatro vias não podem, no entanto, dissociar-se por estarem tecidas, constituindo interação com o fim único de uma formação holística do indivíduo.
Jacques Delors (1998), aponta como principal consequência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
A seguir, é apresentada uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI.

Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.

Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.

Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.

Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.

Resumindo:
  • A partir do aprender a ser, produzimos o conceito de competências pessoais;
  • A partir do aprender a conviver, produzimos o conceito de competências relacionais;
  • A partir do aprender a fazer, produzimos o conceito de competências produtivas;
  • A partir do aprender a conhecer, produzimos o conceito de competências cognitivas.

 



Crítica

A abordagem principal do texto de Delors enfoca os quatro aprendizagens fundamentais, valorizando e respeitando as particularidades dos educandos, seu tempo de aprender, o convívio deste com o grupo, entendendo o erro como um processo que levará ao acerto. Dentro desta perspectiva, passa-se a valorizar o processo de ensino-aprendizagem e o educando de uma forma holística, trabalhando o todo e não somente as partes, valorizando o processo e não somente o os fins. O educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.

Um comentário:

  1. Na sua crítica você destaca questões fundamentais, como a perspectiva holística!!
    E nosso desafio reside em como fazer isso...

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