quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Profissão professor ou adeus professor, adeus professora? Exigências educacionais contemporâneas e novas atitudes docentes

Texto 03

A formação do professor tem sido largamente discutida, estudada, pesquisada e exposta à luz de teorias das mais diversas, sem, contudo ser dada a devida ênfase ao fato de que a formação do educador também requer o mínimo de auto-conhecimento. Isto significa que no currículo de formação docente devem existir requisitos que auxiliem na construção da personalidade do futuro professor. Não se trata tão somente de esclarecimento de valores, mas de uma reflexão de alteridade entre os seus valores e os valores do “outro”, ou seja, daqueles que posteriormente terá como alunos.

Ao longo da história da humanidade, os avanços tecnológicos sempre foram responsáveis por transformações nos mais diversos campos de atividades. Hoje, o desenvolvimento informacional e técnico está modificando a sociedade sob diversos ângulos, e a educação não poderia ficar alienada neste processo. As novas tecnologias da informação e da comunicação vêm desafiando a humanidade pelas transformações econômicas, sociais e políticas globalizadas, em um processo irreversível e cada vez mais acelerado. Para melhor visualizarmos os impactos das tecnologias na cultura contemporânea devemos dirigir nosso olhar para a educação como um processo complexo, inacabado e em permanente evolução.

Na atual sociedade, denominada “sociedade da informação”, constituída por influência decisiva dos meios de comunicação, as culturas, os processos educacionais e as competências requeridas passam por uma crise de significados sem precedentes.
A função de ensinar é tão importante e antiga quanto a própria história da humanidade. É esta condição que diferencia os homens dos demais animais do planeta. Ensinar implica passar conhecimentos, informações e valores que permitem a sobrevivência e evolução da civilização humana.

A conscientização dos docentes é um ponto fundamental para permitir que ideais interdisciplinares não se limitem ao ambiente da escola e ao seu ensino, pois essas novas concepções não devem ser impostas porque assim, e se o forem podem não atingir os objetivos de transformação. A tecnologia na educação existe para que o aluno seja atuante e autor do seu aprendizado. Para isto, é necessário que seja usada de forma correta sem repetir os trabalhos tradicionais que acabam valorizando mais um tipo de cognição do que outras.

A interdisciplinaridade pedagógica é, portanto, uma elaboração a partir da relação dos sujeitos da escola, principalmente a relação professor-aluno que permite a atualização de todo processo de ensino/aprendizagem. Sendo assim, o professor é o principal agente de mudança na direção de uma visão global do currículo escolar, já que ele, mesmo numa concepção que entenda que o conhecimento se dá no interstício do seu discurso com o do aluno, preside o processo e o desenvolvimento dessa relação.
Ter medo do “novo” é natural, o que não pode ser permitido é a estagnação e não aceitação do que está surgindo, principalmente porque traz melhorias para o processo. As mudanças na educação só serão fatos quando o professor conseguir desvincular-se dos paradigmas do ensino tradicional e intervir a favor da formação integral, criando relações entre a aprendizagem e a realidade social, principalmente na utilização e administração das novas tecnologias, ampliando a capacidade do aluno em participar e interferir na realidade da qual faz parte.

A atividade docente deve se preocupar com o conhecimento, com a tecnologia, com o rigor do pensamento lógico, mas também será fundamental trabalhar os aspectos humanos, abordar a riqueza da cultura, da linguagem de cada povo, as questões éticas e políticas de cada sociedade.
A formação do professor não deve se reduzir à aprendizagem de técnicas, mas também ao aprofundamento das dimensões culturais, emocionais ligadas à profissão, na procura do equilíbrio que harmonize o pessoal, o profissional e o social.

Além de focalizar uma multiplicidade de conteúdos, exigidos pelo currículo, o docente deve preocupar-se pela singularidade dos educandos, suas inquietações, emoções e  pensamentos. Ele deve estar guiado por um modelo humanístico e não apenas pragmático. Em resumo, não se trata de dispensar a tecnologia e o ensino das ciências, mas colocar no centro do processo educativo a pessoa.


Crítica

Este artigo é de grande relevância para a educação, pois discute os requisitos que a Sociedade da Informação e da Comunicação transforma a estrutura da escola e da sala de aula, como espaço privilegiado do saber, demandando uma postura de trabalho pedagógico dos professores para que possam acompanhar e transformar esta escola que está apática, desmotivada, descontextualizada da Sociedade.

Libâneo faz uma exposição crítica de que ao introjetarmos nesta nova sociedade neoliberal, muitos ficarão excluídos, ficarão à margem do processo educacional, uma vez que, a proposta de procura é maior que a oferta. Segundo ele é urgente que o professor assuma com dignidade e fidedignidade os requisitos profissionais e éticos para a otimização do ensino/aprendizagem, se não assumir com compromisso e competência aos novos requisitos: estarem continuamente em uma boa formação continuada do professor, que se realiza na articulação entre a exploração da tecnologia computacional, a ação pedagógica com o uso do computador e as teorias educacionais, elevando o nível de cultura e informações.

Este professor ressurgirá com mais vigor, competência e habilidades, pois sendo um professor mediador deverá gerar e gerir suas idéias, concectando-as rapidamente às mudanças; tornando o ato de ensinar e o processo de aprender dinâmico, eficaz e interessante, que respeite as diferenças culturais existentes nos alunos, tendo a capacidade de incorporar às mudanças tecnológicas, tomando decisões, resolvendo os problemas, encarando os desafios, trabalhando com seus alunos em equipes de forma interdisciplinar e contextualizada pois, agora a escola é para a vida, serão as competências, qualidades, valores e habilidades que irão determinar o sucesso ou o fracasso desta nova geração.



 

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